terça-feira, 27 de janeiro de 2009

As visitas de Claudia

Buenas!!!

Aqui vai um trecho do livro "Onde está Deus quando chega a dor?" de Philip Yancey, o qual estou lendo e sendo bastante edificado. Digamos que eu acredito ser esta a melhor parte do livro.

Segue abaixo:

"No princípio, Claudia esperava consolo e conforto de seus amigos cristãos. Suas visitas, porém, tornaram-se desconcertantes, não consoladoras.
Um diácono da Igreja aconselhou-a solenemente a refletir sobre o que Deus estava procurando ensinar-lhe.
- Certamente deve haver alguma coisa em sua vida que desagrada a Deus - disse ele. - Você deve ter deixado de fazer a vontade dele em algum ponto. Essas coisas não acontecem por acaso. Deus utiliza as circunstâncias para nos alertar e punir. O que será que ele está querendo lhe dizer?
Dias depois, Claudia ficou surpresa ao ver uma senhora da igreja que mal conhecia. Era evidente que aquela senhora gorducha e um tanto desmiolada pensava que sua vocação era ser "chefe de torcida" das visitas aos doente. Trouxe flores, cantou hinos batendo palmas e recitou alegres salmos sobre lindos riachos e montanhas. Sempre que Claudia tentava falar de sua doença ou do prognóstico, a mulher rapidamente mudava de assunto. Queria afastar o sofrimento com entusiasmo e boa vontade. Ela, porém, fez apenas uma visita. Depois de um tempo, as flores murcharam, os hinos pareceram dissonantes, e Claudia ali estava face a face com outro dia de dor.
Veio outra mulher, fiel seguidora dos pregadores da televisão que curam pela fé. Irradiando confiança, assegurou a Claudia que a única solução era buscar a cura divina. Quando Claudia lhe contou sobre o conselho do diácono, a mulher quase explodiu.
- A doença jamais é da vontade de Deus! - exclamou ela. - É o que a Bíblia diz. O Diabo nos rodeia, como leão ruge, mas Deus a livrará, se você tiver fé suficiente para acreditar que será curada. Lembre-se, Claudia, De que a fé pode remover montanhas, inclusive a doença de Hodgkin. Simplesmente nomeie sua promessa, com fé, e então reinvidique a vitória.
Nas manhãs seguintes, Claudia tentou "aumentar" sua fé enquanto permanecia deitada na estéril sala de tratamento de cobalto. Ela se perguntava se havia entendido o procedimento. Não questionava o poder sobrenatural de Deus, mas como convencê-lo de sua sinceridade? A fé não era como um músculo que pudesse ser aumentado pelo exercício. Era algo escorregadio, teórico, difícil de alcançar. A questão de aumentar a fé pareceu-lhe terrivelmente cansativa, e jamais conseguiu descobrir como empreender tal tarefa.
outra senhora, talvez a mais "espiritual" da igreja de Claudia, trouxe alguns livros sobre louvar a Deus por tudo que acontece.
- Claudia, você precisa chegar ao ponto de poder dizer: "Deus, eu te amo por me fazeres sofrer desta maneira. É a tua vontade. Tu sabes o que é melhor para mim. Eu te louvo por me amares de tal modo que permites esta experiência. Agradeço-te todas as coisas, inclusive esta".
Ao meditar sobre o que a senhora dissera, a mente de Claudia encheu-se de imagens horríveis e cruéis de Deus. Imaginou um gigante, tão grande quanto o universo, que tinha prazer em esmagar entre os dedos as pobres criaturas humanas, pulverizando-as com os punhos e arremessando-as contra pedras pontiagudas. Esses seres humanos continuavam a ser torturados até que gritassem: "Deus, eu te amo por estares fazendo isso comigo!". Essa idéia lhe era repulsiva. Claudia não podia adorar nem amar a um Deus assim.
outro visitante, o pastor de sua igreja, fez com que ela sentisse que estava cumprindo uma missão. Ele lhe disse:
- Você Claudia, tem o privilégio de sofrer por Cristo, e ele a recompensará. Deus a escolheu por causa de sua grande força e integridade, assim como escolheu Jó. Ele a está usando como exemplo. A fé que outros têm pode aumentar por causa de sua atitude. Deve sentir-se privilegiada, não amargurada. O que vemos como adversidade, Deus vê como oportunidade.
Ele lhe disse que pensasse em si como uma estrela do atletismo e encarasse a adversidade como uma série de obstáculos que deveria saltar em seu caminho para a vitória numa corrida.
Algumas vezes, com pena de si mesma, o pensamento de ser uma privilegiada mártir encantava Claudia. Outras vezes, quando as dores aumentavam, num crescendo interminável, quando a comida era dolorosamente vomitada, quando via seu rosto envelhecer, Claudia clamava: "Deus, por que eu? Há milhões de cristãos mais fortes e mais retos do que eu. Não poderias ter escolhido um deles?". Ela, de fato, não se sentia como uma estrela do atletismo, e perguntava por que Deus deliberadamente colocava obstáculos no caminho de alguém que ele amava.
Eu também visitei Claudia e a encontrei desesperadamente confusa com todas essas palavras contraditórias. [...] Tive poucos conselhos a dar a Claudia naquele dia. na verdade, saí com mais perguntas ainda, Por que Claudia se lastimava numa cama de hospital, enquanto eu estava de pé, saudável ao seu lado? Algo dentro de mim se perturbava ao ouvi-la repetir os prontos comentários de seus visitantes. O cristianismo deverioa fazer quem sofre sentir-se ainda pior?"


Foi meio longo não é??

Mas você pode responder a pergunta do autor? E qual dos conselhos você daria a Claudia?

4 comentários:

  1. "Oi Claudia, nem sei o que te dizer, realmente não entendo porque essas coisas acontecem, mas gostaria mto de te dar um abraço e dizer que estou orando por você, conte comigo para o que precisar, tá??"

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  2. claro, não tão friamente, neh...palavras são limitadas demais...hehe

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  3. Eu diria mais ou menos a mesma coisa eu axo... Mas acredito tanto na cura divina, que sei lá =X

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  4. Eu tbm acredito, essa é a parte do "estou orando por vc" hehehe, entendi o que vc falou, mas aí não sei dependeria muito do que rolasse no momento...que bom ter o Espírito Santo por perto!

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